quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Uma praça muito especial

Praça XV de Novembro, de uma cidade maravilhosa. Terra dos Presidentes, seu centro tinha uma casinha especial onde João Equisian, seu Colombo, vendia suas revistas, álbuns de figurinhas, jornais. Era pintada de verde e octogonal. Seu Colombo fez a alegria de muitas crianças, adultos também, que fingindo colecionar para os filhos, davam asas à infância não de toda perdida.

Mais tarde, na rua, perto da praça famosa, surgiria o Argentino seu Pedro, que teria seu sucessor Luiz Carlos,com a Livraria Preferida. Onde hoje é o Hotel de seu filho Celso, que muitas vezes, quando ele pequeno, muitos vaga-lumes apanhei.

Na Praça tinha a Igreja Matriz, que havia sido construída pelos jesuítas. Corria uma lenda, que haveria um túnel, ligando essa igreja a do Passo. Foi descoberto há pouco, uma placa, nas escavações que está criando controvérsias, suscitando dúvidas. Havia na esquina,antigamente uma rodoviária, diagonal com a prefeitura atual. Deu lugar a sapataria Saraiva. Em seguida havia o Cartório Espíndola, parece-me que era ou fora aviador. Seu proprietário Joaquim Espíndola .Angelino Fontoura, morava ao lado, era guardador de livros da prefeitura. Foi a primeira casa a ter divã. Dona Lucila era exímia em fazer Montanha Russa, doce de nossa infância.

Logo em seguida, havia um mini bar, onde os melhores pastéis eram deglutidos Dona Dora Paz, mãe de Dr. Cláudio Paz, os fazia. Havia também o cartório de Dr. Dirceu Oléa Dornelles, cunhado de uma Senhora, que se classificava dentre as Sras. bonitas de São Borja. Dona Valdaci, Digna e Bonita.São Borja sempre teve belas mulheres. Mulheresque projetaram suas belezas, bem mais além e tem muitas mais.

Mas a quadra que mais se destacava era onde a primeira casa era tipicamente diferente. Onde residia Dr.Pedro Mello, casado com Dona Zulmira, que se caracterizava inverno e verão, por estarem as janelas escancaradas. De lá viam de manhã à noite quem passava, e o que se passava lá fora. Mas até onde a vista alcançava,os transeuntes viam, também. O segundo lugar famoso dessa quadra era o bar Rodrigues e Vieira, de Jorgina e Negrinha (Jocelina).Quitutes maravilhosos e sonhos enormes recheados com goiabada. Também sorvetes e bom-bons. Jorgina e Jocelina tinham um bloco carnavalesco que contava com a presença de Dr.Jango, sempre a prestigiar. Comigo ninguém pode. Às vezes abraçava Jocelina e Jorgina numa alegria peculiar nos velhos carnavais.


Ao lado tínhamos a mais forte loja de Comércio. Sr Sary Amilibia, riso franco, camarada, carismático, cordial e bom negociante. Era difícil entrar só para ver. Se saí com um ou mais pacotes. Era a Lafaiete da Fronteira. A mais tradicional casa era o famoso bar de Isaac Aguinsky, pai do não menos famoso Paulo Aguinsky, urologista e escultor, cujas obras de arte estão expostas no Hospital Moinhos de Vento. Esse bar se caracterizava pelo melhor sorvete de chocolate do Brasil. Isaac punha as mesas na rua, onde havia desfiles, se destacando entre muitos as irmãs Munhoz, vizinhas do Consultório de Dr. Emilio Motta. Ambas em passos sincronizados, lentos e rítmicos, eram seguidas por seu irmão José Carlos, eterno guardião.

Ali mesmo Dr. Jango esteve com Maysa Matarazzo. Uma noite, Jango foi abordado, pela mãe de Mariana Isabel Rodas (cantora argentina que se exibia nos programas de auditório, locais).
A Sra. trazia na mão dois negrinhos pequenos, que cantaram a pedido da senhora o Jingle da época. Na hora de votar eu vou jangar, é o Jango é o Jango é o Jango Goulart. Jango puxou da bombacha várias notas e quase deu a eles se não fosse Maysa impedir, dizendo é muito.
Ele respondeu: Deixa, eu tenho bastante.

Nessa mesma rua nos Carnavais, passavam, além do Comigo ninguém pode de Jorgina e Jocelina, Bloco do Clube Esperança de Lourdes de Deus, a Mais famosa doceira e quituteira, com seus, que era patrimônio de todas as famílias pela qualidade, requinte e sabor.
Branquinhos e negrinhos.
Ovos moles.
Bem casados, Marta Rocha.Tortas finamente requintados e o famoso e célebre pastelão.
Essa rua é rememorada por qualquer São Borjense. Acolheu também o Bloco que dois anos ergueu São Borja em deslumbramento o Bloco das jovens: Viva Maria que Dona Dady Bittencourt e Darcy Amilibia, criaram e imortalizaram bem como encantaram. Inspiraram-se no Filme “Viva Maria”, com Brigitte Bardot e Jane Mourout. O Bloco mostrava além do apurado bom gosto,jovens da mesma faixa etária, e todas da mesma altura e simpatia, cuja tesoureira era Maria Isabel de Bittencourt, ginecologista agora em POA.

Rival de Viva Maria era Barbarela, presidida pelas Wairiches, outro bloco esplendoroso.

O Bloco dos casados do Comercial, também famoso e tradicional. Tinha casais encantadores.
Sr.Pérsio Lima e Belinha, César Sena Alves e Didi, Juli Martini e Emilia, Trajano Muniz e Gelcy, Geromyl e Honorina e outros, encantadores e gentis.
São Borja sempre gozou da fama de ser uma cidade que sempre primou pelo requinte, pelo bom gosto. Até hoje suas festas são tradicionais, clássicas e conservadoras. As belezas se conservam, a elegância e o fitness se preservam, nos gestos, nas preservações familiares, nas amizades que desafiam o tempo. Não é só porque é uma das integrantes dois sete povos, mas a religiosidade é intensa. Em termos de beleza feminina São Borja e Bagé empatam.

Terra dos Marechais x Terra dos Presidentes. Nossa saudação e respeito.

Uma praça muito especial

Praça XV de Novembro, de uma cidade maravilhosa. Terra dos Presidentes, seu centro tinha uma casinha especial onde João Equisian, seu Colombo, vendia suas revistas, álbuns de figurinhas, jornais. Era pintada de verde e octogonal. Seu Colombo fez a alegria de muitas crianças, adultos também, que fingindo colecionar para os filhos, davam asas à infância não de toda perdida.

Mais tarde, na rua, perto da praça famosa, surgiria o Argentino seu Pedro, que teria seu sucessor Luiz Carlos,com a Livraria Preferida. Onde hoje é o Hotel de seu filho Celso, que muitas vezes, quando ele pequeno, muitos vaga-lumes apanhei.

Na Praça tinha a Igreja Matriz, que havia sido construída pelos jesuítas. Corria uma lenda, que haveria um túnel, ligando essa igreja a do Passo. Foi descoberto há pouco, uma placa, nas escavações que está criando controvérsias, suscitando dúvidas. Havia na esquina,antigamente uma rodoviária, diagonal com a prefeitura atual. Deu lugar a sapataria Saraiva. Em seguida havia o Cartório Espíndola, parece-me que era ou fora aviador. Seu proprietário Joaquim Espíndola .Angelino Fontoura, morava ao lado, era guardador de livros da prefeitura. Foi a primeira casa a ter divã. Dona Lucila era exímia em fazer Montanha Russa, doce de nossa infância.

Logo em seguida, havia um mini bar, onde os melhores pastéis eram deglutidos Dona Dora Paz, mãe de Dr. Cláudio Paz, os fazia. Havia também o cartório de Dr. Dirceu Oléa Dornelles, cunhado de uma Senhora, que se classificava dentre as Sras. bonitas de São Borja. Dona Valdaci, Digna e Bonita.São Borja sempre teve belas mulheres. Mulheresque projetaram suas belezas, bem mais além e tem muitas mais.

Mas a quadra que mais se destacava era onde a primeira casa era tipicamente diferente. Onde residia Dr.Pedro Mello, casado com Dona Zulmira, que se caracterizava inverno e verão, por estarem as janelas escancaradas. De lá viam de manhã à noite quem passava, e o que se passava lá fora. Mas até onde a vista alcançava,os transeuntes viam, também. O segundo lugar famoso dessa quadra era o bar Rodrigues e Vieira, de Jorgina e Negrinha (Jocelina).Quitutes maravilhosos e sonhos enormes recheados com goiabada. Também sorvetes e bom-bons. Jorgina e Jocelina tinham um bloco carnavalesco que contava com a presença de Dr.Jango, sempre a prestigiar. Comigo ninguém pode. Às vezes abraçava Jocelina e Jorgina numa alegria peculiar nos velhos carnavais.


Ao lado tínhamos a mais forte loja de Comércio. Sr Sary Amilibia, riso franco, camarada, carismático, cordial e bom negociante. Era difícil entrar só para ver. Se saí com um ou mais pacotes. Era a Lafaiete da Fronteira. A mais tradicional casa era o famoso bar de Isaac Aguinsky, pai do não menos famoso Paulo Aguinsky, urologista e escultor, cujas obras de arte estão expostas no Hospital Moinhos de Vento. Esse bar se caracterizava pelo melhor sorvete de chocolate do Brasil. Isaac punha as mesas na rua, onde havia desfiles, se destacando entre muitos as irmãs Munhoz, vizinhas do Consultório de Dr. Emilio Motta. Ambas em passos sincronizados, lentos e rítmicos, eram seguidas por seu irmão José Carlos, eterno guardião.

Ali mesmo Dr. Jango esteve com Maysa Matarazzo. Uma noite, Jango foi abordado, pela mãe de Mariana Isabel Rodas (cantora argentina que se exibia nos programas de auditório, locais).
A Sra. trazia na mão dois negrinhos pequenos, que cantaram a pedido da senhora o Jingle da época. Na hora de votar eu vou jangar, é o Jango é o Jango é o Jango Goulart. Jango puxou da bombacha várias notas e quase deu a eles se não fosse Maysa impedir, dizendo é muito.
Ele respondeu: Deixa, eu tenho bastante.

Nessa mesma rua nos Carnavais, passavam, além do Comigo ninguém pode de Jorgina e Jocelina, Bloco do Clube Esperança de Lourdes de Deus, a Mais famosa doceira e quituteira, com seus, que era patrimônio de todas as famílias pela qualidade, requinte e sabor.
Branquinhos e negrinhos.
Ovos moles.
Bem casados, Marta Rocha.Tortas finamente requintados e o famoso e célebre pastelão.
Essa rua é rememorada por qualquer São Borjense. Acolheu também o Bloco que dois anos ergueu São Borja em deslumbramento o Bloco das jovens: Viva Maria que Dona Dady Bittencourt e Darcy Amilibia, criaram e imortalizaram bem como encantaram. Inspiraram-se no Filme “Viva Maria”, com Brigitte Bardot e Jane Mourout. O Bloco mostrava além do apurado bom gosto,jovens da mesma faixa etária, e todas da mesma altura e simpatia, cuja tesoureira era Maria Isabel de Bittencourt, ginecologista agora em POA.

Rival de Viva Maria era Barbarela, presidida pelas Wairiches, outro bloco esplendoroso.

O Bloco dos casados do Comercial, também famoso e tradicional. Tinha casais encantadores.
Sr.Pérsio Lima e Belinha, César Sena Alves e Didi, Juli Martini e Emilia, Trajano Muniz e Gelcy, Geromyl e Honorina e outros, encantadores e gentis.
São Borja sempre gozou da fama de ser uma cidade que sempre primou pelo requinte, pelo bom gosto. Até hoje suas festas são tradicionais, clássicas e conservadoras. As belezas se conservam, a elegância e o fitness se preservam, nos gestos, nas preservações familiares, nas amizades que desafiam o tempo. Não é só porque é uma das integrantes dois sete povos, mas a religiosidade é intensa. Em termos de beleza feminina São Borja e Bagé empatam.

Terra dos Marechais x Terra dos Presidentes. Nossa saudação e respeito.

Nossa Rua

Tempos atrás, pela troca de luzes, nossa rua tornou-se famosa. Repórteres da ZH vieram fazer uma reportagem, para auscultar a opinião dos moradores. Como andarilho seguido, fui um dos que me rasguei em elogios. Descrevi coisas que esse benefício trouxe.

Claro que tinha um romantismo diferente antes. Gatos faziam sonêtos a lua. Haviam trocas de beijos carinhos mais avançados, arroubos, roubos etc. O negro manto véu da noite recebia a beleza dos acordes do Cel Mario, pianista, que fazia suas notas manterem a rua mais propensa ao amor. Poucas ruas tinham o clima tão propício. Acho que a nossa era ímpar. Eu trocaria o nome dessa rua em Homenagem Ao Cel. Quando tocava Fascinação, fascinava.

Quando tocava o bêbado e o equilibrista, o bêbado suspirava .O equilibrista na corda bamba era eu. Agora, mudou tudo. A luminária ficou de quadra de Futebol. Nesse aspecto, excelente! Não temos mais noite, só dia não podemos dizer, numa noite dessas, jantem lá em casa.

Por outro lado, se perdeu a grandeza, fraternidade, amor e amizade. Nosso querido Cel. Mario foi-nos tirado, assim como tiram,Quintanas, escritores enomados, bailarinos famosos, enfim,os ligados ao belo, as artes.

Era cientista renomado, pesquisava sobre o Carbono 14. Falava com Maestria sob o Manto que envolveu Jesus. Mas este pianista espetacular, alegrava nossos dias, nossas tarde, nossas madrugadas. Foi exemplar, digno, honrado, conduta ilibada e particular em tudo. Punha tanto amor nas teclas que quando não foram mais tocadas, a rua perdeu muito do esplendor, o silêncio conpira com o lamento.

Ele pintava telas em forma de música e música exalta o amor... Seus acordes chegavam a rua detrás, nela há quem lamente tb. O Piano, não será mais o mesmo. Chora quietinho. Ninguém o igualará. Mário tocará em outra dimensão, encantará outros planos. Quando morre um artista, no céu uma estrela se acende, com muito esplendor. Mario ascendeu...

Mas lembrando de nossa rua, da rua dele, tocará "Se esta rua fôsse minha" e obviamente a Deusa da minha rua, para Sua sua eterna companheira.
Tive o privilégio e a Honra de ser seu amigo e me aprazia, vê-lo discorrer sobre suas experiências grandiosas. Os que moram ainda em nossos corações, exaltamos sempre.

Crônica publicada no Jornal de São Borja

Homenagem do Jornal de São Borja